Desde a antiguidade, já se desconfiava da existência de uma relação entre alimentação e saúde, como ocorre com os alimentos funcionais. Apesar dessa percepção ser bastante antiga e do senso comum, alguns dos primeiros estudos científicos que comprovam essa ligação datam da década de 1960. Mas, somente na década de 1980 começaram a surgir no mercado produtos diet e light. Dessa maneira, este segmento tinha como objetivo suprir a demanda por alimentos menos prejudiciais à saúde.
Atualmente, é possível observar um aumento potencial de procura de alimentos, que além de não fazerem mal à saúde, propiciem benefícios terapêuticos. Semelhantemente, o cenário desencadeado pela Covid-19 fez com que houvesse uma guinada na preocupação relacionada à saúde. Assim, o desenvolvimento de alimentos com propriedades funcionais representa, a cada dia, uma oportunidade interessante de inovar e atingir esse mercado que tende a crescer nos próximos anos.
O que são alimentos funcionais?
A alegação de propriedades funcionais é definida pela Portaria no 398, de 30 de abril de 1999 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. Nela pode-se estruturar o conceito de alimento funcional como todo alimento ou ingrediente que ao ser consumido como parte da dieta usual, produza efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou benefícios à saúde para além de suas propriedades nutricionais básicas, devendo ser seguro ao consumo sem a necessidade de acompanhamento médico.
A partir disso, o mercado de alimentos funcionais tem experimentado um amplo crescimento, visto que esses alimentos tem o potencial de reduzir o risco de muitas doenças crônicas. Dentre as suas funções, eles podem atuar nos sistemas gastrointestinal e cardiovascular, assim como antioxidantes. São responsáveis também no controle de funções fisiológicas, no desenvolvimento e diferenciação das células que compõe nosso corpo.
De acordo com a Academy of Nutrition and Dietetics, os alimentos funcionais podem ser classificados em três categorias principais: alimentos convencionais, modificados e alimentos sintetizados. Nessa classificação, os alimentos convencionais são aqueles que possuem substâncias bioativas naturais como o tomate, que possui uma substância chamada licopeno, um importante antioxidante. Já os alimentos modificados possuem substâncias benéficas resultantes de enriquecimento ou fortificação, como ovos e leite enriquecidos com vitamina E e Ômega 3. Por último, os alimentos sintetizados abrangem alimentos com certas substâncias de benefícios prebióticos, como o amido resistente.
Tendo em vista uma sociedade que preza a saúde e o bem estar, o gigantesco potencial dos alimentos funcionais no campo de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos propiciou a necessidade da criação de requisitos importantes vinculados a compra de alimentos. Entender, mesmo que brevemente, sobre compostos bioativos e alimentos funcionais é dar um passo em direção a novas ideias e a inovação.
Mas o que são os compostos bioativos aliados aos funcionais?
Em linhas gerais, os compostos bioativos são as substâncias ou componentes responsáveis pelas propriedades funcionais de certos alimentos. Dessa forma, embora não sejam essenciais para o desenvolvimento de alguma função vital, podem proporcionar benefícios à saúde. Esses benefícios incluem ação antioxidante, estímulo ao sistema imunológico, ação antibacteriana e muitos outros.
Alguns exemplos de compostos bioativos são os carotenoides, pigmentos naturais de coloração amarela, vermelha ou laranja. Eles estão presentes em vegetais como a abóbora, espinafre, cenoura, tomate e muitos outros. Essas substâncias possuem uma importante ação antioxidante, uma vez que estudos sugerem que alguns tipos de carotenoides podem reduzir o risco de doenças, como a aterosclerose e a degeneração macular.
Na indústria, os carotenoides podem ser utilizados como corantes naturais ou podem sofrer microencapsulação, ou seja, uma tecnologia utilizada para evitar a perda do teor funcional de certas substâncias quando as mesmas forem adicionadas em algum alimento.
Outro segmento de compostos bioativos são os flavonoides, encontrados por exemplo, na uva, ervilha, soja e seus derivados. Esses compostos podem apresentar efeitos no controle de colesterol e osteoporose, além do aumento na capacidade antioxidante.
Os probióticos também são considerados componentes com propriedades funcionais. Tal termo refere-se à microrganismos vivos, administrados em quantidades adequadas que promovem benefícios à flora intestinal. Já os prebióticos são componentes dos alimentos não digeríveis, que estimulam de forma seletiva a proliferação e manutenção de microrganismos desejáveis e benéficos no intestino. A aplicação desses probióticos e prebióticos em alimentos pode ser bastante vasta, incluindo iogurtes funcionais e barras de cereais.
Rotulagem de alimentos com propriedades funcionais
Para quem deseja lançar um novo produto no mercado, a rotulagem correta é uma etapa fundamental. No caso de alimentos com propriedades funcionais, a legislação baseia-se segundo a Portaria no 398 de 1999 e detalhes da Resolução no 429 de 2020. Elas estabelecem que rótulo deve conter lista de ingredientes e informações nutricionais (se for embalado longe do consumidor). Em caráter opcional, também podem conter alegações de propriedades funcionais, a função de determinado nutriente ou composto bioativo no organismo e a declaração de efeito sobre a saúde, se houver (alegação de propriedade de saúde).
Além disso, as informações presentes nos rótulos devem ser verdadeiras, corretas e comprovadas cientificamente. Os ingredientes fontes dos nutrientes ou não nutrientes presentes na alegação de propriedade funcional ou de saúde devem ser comprovadamente seguros para o consumo humano. Porém, caso haja a presença de ingredientes que ainda não foram avaliados quanto à segurança de uso pela ANVISA, a empresa pode fazer a comprovação do mesmo, juntamente ao pedido de avaliação de eficácia.
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Como podemos ajudar?
Portanto, considera-se notável a ampla aplicação de ingredientes funcionais e compostos bioativos na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, tal como a necessidade de uma rotulagem correta e informativa desses alimentos. Consequentemente, esse mercado vem ganhando respaldo pela expansão daqueles que promovam a saúde. Este, que tem sido acentuado pelo envelhecimento da população e pandemia de Covid-19.
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