O conceito clean label, que significa “rótulo limpo”, vem da ideia de fornecer um alimento saudável com uma rotulagem mais clara e específica. Mas ao contrário do que alguns podem pensar, o movimento não busca apenas um rótulo mais legível e menos extenso, mas busca também por alimentos com menos aditivos químicos e uma composição mais próxima do natural. Um desafio e tanto para a indústria e para todos os empreendedores que querem entregar um produto seguro e ainda inovar no mercado.
Uma nova tendência de mercado!
Apesar do pouco tempo disponível, os consumidores, que estão cada vez mais conscientes, buscam por alimentos que sejam mais saudáveis e que de alguma forma ajudem o planeta.
Ainda que a tradução do termo se refira aos rótulos, remetendo a uma lista de ingredientes mais intuitiva e fácil de ler, o termo clean label engloba muito mais fatores. Por exemplo: sentir o verdadeiro sabor da comida, apelo sustentável, o não uso de organismos geneticamente modificado e a maior preferência por orgânicos.
Além disso, vale lembrar que nos produtos desse nicho não são utilizados ingredientes artificiais. Os ingredientes devem ser livres de alergênicos e glúten, naturalmente ricos em nutrientes, vitaminas e minerais sem a necessidade de serem fortificados artificialmente.
O anseio do consumidores por esses produtos é tamanho que, de acordo com a PR Agency Ingredient Communications, 75% dos consumidores estão dispostos a pagar um pouco a mais por um produto mais saudável. Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Carlos, concluiu que os consumidores pagariam até 10% a mais por um produto com a pegada natural. Esses resultados nos levam a crer que o mercado de produtos clean label é promissor, mas ainda precisa ser desbravado.
O mercado dos produtos Clean Label
Em alguns países há diversas empresas que já desenvolvem produtos com ingredientes naturais, com apelo saudável e um rótulo de fácil entendimento. Em grandes redes de supermercados, já se têm a presença de alimentos com maiores teores nutritivos e com ingredientes naturais. Um exemplo notável na área é a brasileira Kopenhagen, que aderiu ao movimento e lançou a linha Soul Good. Com zero adição de açúcares, zero lactose, sem aromatizantes nem adoçantes artificiais e fonte de fibras e contando com ingredientes naturais a linha pode ser considerada clean label.
Outro exemplo brasileiro de Clean Label é a Cajueiro do Brasil, que produz “leites” vegetais e com apenas em água e castanhas oleaginosas, sendo livres de conservantes, gomas e demais estabilizantes. A tendência é que cada vez mais marcas brasileiras sigam esses exemplos e invistam nesse novo conceito de produto saudável.
A consolidação do movimento no exterior
Mesmo que ainda esteja ganhando força no Brasil, o Clean Label já é um movimento consolidado em países desenvolvidos como Estados Unidos. Na América movimentou cerca de US$ 150 bilhões em 2015 e é previsto que movimente US$180 bilhões em 2020 . Nos países europeus, a tendência é a mesma. Segundo uma pesquisa do Euromonitor Internacional, em 2016, foi avaliada uma oferta de US$ 249 bilhões na categoria de produtos naturalmente saudáveis e é previsto um crescimento de US$ 42 bilhões investidos nesse nicho.
O crescimento nesse ramo não significa que a indústria não enfrenta alguns desafios para manter seus padrões de qualidade, segurança de alimentos e preferência do consumidor. Por não ser um nicho não totalmente definido, faz com que as definições sejam subjetivas e dependentes da percepção do consumidor. Por exemplo a goma carragena, que foi “banida” pelo nome desconhecido ao público, mesmo existindo estudos que comprovam não fazer mal à saúde.
Clean Label x nova rotulagem de alimentos
Pensando que no mercado brasileiro, o clean label tem grande potencial a ser explorado. Porém, visto que é um segmento em expansão já consolidado em outros países, as indústrias alimentícias necessitam de adequação e inovação nesse ramo. Dessa forma, pode ser necessário o auxílio de profissionais para que o seu produto esteja de acordo com as exigências dos consumidores e seja um sucesso nas gôndolas dos supermercados.
Em 2020, a ANVISA determinou uma nova legislação a respeito da rotulagem de alimentos que visa facilitar a interpretação dos rótulos pelo público. Assim, é possível evitar enganos nas leituras de tabelas nutricionais e listas de ingredientes, deixando todas as informações muito mais transparentes para o consumidor. Mostrando mais uma vez o impacto que uma rotulagem adequada tem no consumidor.
O que é preciso para tornar meu produto clean label
Além de ter fornecedores de qualidade, para reduzir a quantidade de ingredientes e ainda manter seu alimento seguro e preservado com um prazo de validade grande, é necessário cuidar do processamento. O controle microbiológico pode ser feito através de processos como tratamentos térmicos brandos como a pasteurização e até mesmo envase asséptico. Entre outros tantos processamentos como a secagem, que diminui a quantidade disponível no alimento para microrganismos, etc. Tudo depende do tipo de alimento que você produz. Assim, você garante que o alimento chegará à mesa do consumidor com segurança.
Visando contornar esses problemas, existem soluções viáveis disponíveis no mercado, tanto com processamentos quanto com o uso de aditivos naturais. São exemplos dessas soluções, respectivamente, o tratamento por alta pressão hidrostática obedecendo à exigência de mínimo processamento, pelo mercado Baby Food; e os aromas naturais de frango e suínos que são uma alternativa ao glutamato monossódico, que tem a mesma função na produção do alimento.
Precisa de ajuda com o seu produto? Entre em contato conosco, somos uma empresa júnior especializada em engenharia de alimentos e atuamos há mais de 19 anos neste ramo! Quer saber mais? Entre em contato pelo link abaixo para conversar com um de nossos consultores e agendar sua reunião diagnóstica gratuitamente!