Quem nunca comprou uma cerveja ou um refrigerante de latinha? Ou então pediu um suco de uva em um restaurante e ele veio em lata? Afinal, as bebidas enlatadas estão amplamente presentes no dia a dia dos consumidores desde a década de 60. No entanto, a utilização e popularização de vinhos em lata é algo bem recente. Você sabe o porquê?

            ORIGEM DAS LATAS

            A princípio, a embalagem em lata era utilizada para envase de alimentos desde antes da Primeira Guerra Mundial, mas foi no ano de 1935 que seu uso se estendeu para o ramo de bebidas. Essa inovação teve início nos Estados Unidos, na época em que a Lei Seca tinha sido revogada e as indústria buscavam um tipo de envasamento que possibilitasse um consumo rápido, de modo a fomentar ainda mais o mercado, e viram nas latas uma solução para essa questão.  No entanto, o uso de latas para bebidas só foi se popularizar em 1960, com a invenção do lacre, que facilitava a abertura das embalagens.

            Entretanto, essa inovação não atingiu o setor dos vinhos, e o motivo para isso é que as latas de antigamente eram fabricadas com um material que reagia com o vinho e ocasionava mudanças de cor e sabor no produto, o que impossibilitava seu uso.

            EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA

           Ao passo que a engenharia de alimentos evoluiu intensamente nas últimas décadas, levando a inúmeras pesquisas e desenvolvimento na área de embalagem e envase, hoje é possível comercializar vinhos em lata sem alterar as características sensoriais do produto.

            Contudo, essas embalagens não atendem a todos os tipos de vinho existentes. Os chamados vinhos de guarda (aqueles que levam anos de descanso para atingirem seu potencial de aroma e sabor) não podem ser enlatados, pois seu processo de envelhecimento depende de reações químicas proporcionadas pelo acondicionamento em garrafas de vidro seladas com rolhas de cortiça.

            Porém, vinho jovens e frescos, que representam mais de 95% dos vinhos presentes nos mercados, não apresentam qualquer contraindicação ao enlatamento, desde que feito de maneira adequada, e com os materiais corretos.

            VANTAGENS DO VINHO ENLATADO

            É possível envasar vinhos em lata, mas por que fazer isso? A popularização dessa nova embalagem para uma bebida tão tradicional se dá por vários motivos, mas pode-se destacar a praticidade como o principal deles. Além disso, a lata facilita o transporte da bebida, não tem o risco de quebrar, gela mais rapidamente, e é mais fácil de descartar. Levar um vinho para beber na praia era inviável, mas tornou-se possível graças a essa mudança na embalagem. Assim, o mesmo raciocínio vale para shows, grandes eventos e festivais. Essa inovação no envase do vinho amplia consideravelmente a versatilidade da bebida e cria mais momentos e locais propícios para o seu consumo.

            O envase em lata, ao invés da garrafa tradicional, diminui o resíduo de carbono gerado, uma vez que latas são mais leves que vidro, o que implica diretamente em facilidade na logística e em um menor gasto de combustível para realizar o transporte. E também se mostra como uma nova possibilidade para a atuação do marketing, como é possível ver pelas marcas que já estão comercializando vinhos enlatados. Elas investem em latas coloridas, bem desenhadas e divertidas, para atrair o público mais jovem, ou então latas mais sérias e sóbrias, para conquistar os mais velhos e mais céticos com a novidade.

            DADOS DO MERCADO

            As empresas que investiram nessa inovação apresentaram ótimo retorno, e a expectativa é que esse mercado cresça cada vez mais. Para fins de exemplificação, aqui estão dados de uma empresa do ramo, a Lovin’ Wine. Em pouco mais de seis meses de vendas, a marca faturou 1 milhão de reais com a venda de mais de 50 mil unidades de vinho enlatado. Desse modo, a projeção para esse ano é de alcançar 5 milhões de reais.

            MAIS BEBIDAS EM LATA

            Não apenas é o setor de vinhos que está atento às inúmeras vantagens que o envase em lata traz. Como também, é comum encontrar produtos que antes possuíam unicamente uma embalagem e agora também são comercializados enlatados, como águas de coco, chás, kombuchas, bebidas cafeinadas, e por aí vai.

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